Trabalhadores dos Correios anunciam que entram em greve na terça-feira
Rede Brasil Atual
02/08/2018
02/08/2018
Entidades
de representação dos trabalhadores rejeitam segunda proposta de reajuste da
empresa e encaminham mobilização
Como parte da campanha salarial dos
trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios, Telégrafos e Similares
(ECT), que teve sua data-base ontem (1º), a Fentect, federação nacional da
categoria e sindicatos filiados anunciaram greve a partir da próxima
terça-feira (7). A federação informa, por meio de nota, que a ideia é realizar
a maior mobilização da história dos funcionários dos Correios. A greve só não
se realizará, acrescenta a entidade, se a direção da empresa apresentar uma
nova proposta.
A Fentect pediu aos trabalhadores que
"intensifiquem as próximas mobilizações dos sindicatos, com participação
maciça nas assembleias do dia 7 de agosto e nos atos das entidades".
Segundoa a federação, "a ECT está promovendo o sucateamento não somente da
empresa, mas da vida dos próprios empregados, com o desrespeito às lutas
passadas e às conquistas alcançadas".
Na terça-feira (31), a direção dos Correios,
por meio do presidente, Carlos Fortner, apresentou uma segunda proposta de
acordo – a primeira já havia sido recusada na semana passada. Para a Fentect,
essa nova investida "já nasceu velha". "Apresentou uma proposta
de reajuste salarial ainda rebaixada, com os mesmos 60% do INPC, não atendendo
a categoria dos empregados", afirma a federação. A entidade acrescenta
que, de acordo com a ECT, a projeção é que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor,
calculado pelo IBGE chegue a 3,68% nos 12 meses anteriores à data-base. Assim,
a proposta seria de 2,21%.
"A nova proposta é tão perversa quanto a
primeira e os retrocessos não mudam em nada o que foi apresentado ao Comando
Nacional de Mobilização e Negociação. A ECT quer enfraquecer os trabalhadores
arrochando os salários, retirando direitos e dificultando a organização da
categoria."
A direção da empresa pública tentou estender
as negociações para o próximo dia 14, mas a proposta foi rejeitada. Para os trabalhadores,
trata-se de uma manobra para fragilizar o acordo coletivo vigente e promover
cortes em direitos e no pessoal. "Não há qualquer garantia aos empregados
e, mais uma vez, a empresa tenta usar a Reforma Trabalhista para amedrontar e
confundir a categoria, já que teme as paralisações em todo o Brasil."
Em carta assinada pela direção da Fentect e
sindicatos, os trabalhadores entendem que a intenção dos Correios é
desmobilizar a categoria e manter uma política de cortes, que vigora em outros
setores. "O Comando entende que essa postura da ECT nada mais é do que a
continuidade da política do desgoverno Temer, que vem intensificando ataques às
estatais, sucateando e retirando direitos dos trabalhadores, para privatizar e
entregar o patrimônio nacional na mão do capital privado, vendendo todas as
riquezas do país ao capital internacional. Nós não aceitaremos esses ataques
desse governo entreguista do Temer, e estaremos intransigentes na defesa de
nossos direitos e da nossa empresa."
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